Livro: Clube da Luta

O filme  de David Fincher que conta com o elenco maravilhoso composto por Brad Pitt, Edward Norton e a Helena Bonham Carter foi uma das poucas adaptações para o cinema que chegou bem perto de retratar fielmente o livro que a baseou, mas é no livro que se evidencia o objetivo de Chuck Palahnuik: mostrar de forma bem crua o espírito humano, e nesse caso o que fica exposto é tão ou mais pesado que a violência das lutas.

É um livro que traz muitas sensações e te prende capítulo a capítulo. Narra a história de um homem consumido pela insônia e a apatia derivada da profunda insatisfação com a sua vida. Tudo parece perfeito: ele tem uma boa casa, um bom emprego e aparentemente atingiu o que a sociedade definiria como “sucesso”, mas só consegue amenizar sua insônia e encontrar sentido para sua existência frequentando grupos de apoio a doentes terminais, onde ouvir histórias de pessoas com problemas “reais” acaba sendo a única forma de preencher o vazio que sente. Até que surge Marla Singer, que assim como ele, encontrou nos grupos um alívio para seus próprios problemas, a presença dela acaba por perturbá-lo evidenciando seu interesse romântico por ela.

Ocasionalmente conhece Tyler Durden, uma figura que vive ao seu próprio modo totalmente alheio aos padrões convencionais, que o mostra uma nova forma de viver, juntos eles formam o Clube da Luta, que a príncipio é uma forma de usar atos violentos como válvula de escape, um lugar para que as pessoas expurguem suas insatisfações pessoais, mas com o tempo se torna um projeto que visa mudar todo o padrão de uma sociedade voltada para o consumismo exacerbado e superficialismo.

O escritor escreve de forma subversiva, relatando de forma ácida e divertida eventos nada convencionais. Antes de qualquer coisa é um mergulho profundo na psique e nas indagações do personagem e por consequência nas nossas, um livro sobre viver fora da curva, de uma forma extremista o autor indaga sobre o modo que estamos levando a vida, se estamos buscando o que realmente queremos e somos ou se estamos acomodados numa zona de conforto.